segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Iluminação Silenciosa


Silenciosa e serenamente, todas as palavras são esquecidas;
Clara e vividamente, ela aparece diante de você.

Quando é realizada, o tempo não tem limites;
Quando é experienciada, seus arredores vêm à vida.

Singularmente iluminadora é esta consciência brilhante,
Cheia de maravilhas é a iluminação pura.

A aparência da lua, um rio de estrelas,
Pinheiros vestidos de neve, nuvens flutuando sobre os picos das montanhas.

Na escuridão, resplandece com o brilho;
Nas sombras, brilha com uma luz esplêndida.

Como o sonho de um grou voando no espaço vazio,
Como a água clara e calma de um lago de outono,
Éons infinitos dissolvem-se no nada,
Cada um indistinguível do outro.

Nesta iluminação, todo esforço é esquecido;
Onde esta maravilha existe?

O brilho e a claridade dissipam a confusão
Sobre o caminho da iluminação silenciosa,
A origem do infinitesimal.

Para penetrar o extremamente pequeno,
Há a naveta de ouro sobre um tear de jade.

Sujeito e objeto influenciam um ao outro;
Luz e escuridão são mutuamente dependentes.

Não há mente nem mundo sobre os quais confiar,
Mas os dois interagem mutuamente.

Beba o remédio das visões corretas;
Bata no tambor sujo de veneno.

Quando o silêncio e a iluminação estão completos,
Matar e trazer à vida são escolhas que faço.

Por último, através da porta, emerge-se;
O fruto amadureceu sobre um galho.

Apenas este silêncio é o ensinamento último;
Apenas esta iluminação é a resposta universal.

A resposta é sem esforço;
O ensinamento não é escutado com os ouvidos.

Através do universo, todas as coisas
Emitem luz e falam o Dharma.

Testemunhem umas às outras,
Respondendo as perguntas umas das outras.

Respondendo e testemunhando mutuamente,
Respondendo em perfeita harmonia.

Quando a iluminação é sem serenidade,
Então distinções são vistas.

Testemunhando e respondendo mutuamente,
Dando surgimento a desarmonia.

Se, dentro da serenidade, a iluminação for perdida,
Tudo se tornará desperdiçador e secundário.

Quando a iluminação silenciosa estiver completa,
O lótus desabrochará, o sonhador despertará.

Os cem rios fluem para o oceano,
As mil montanhas encaram o pico mais elevado.


Com o ganso que prefere leite a água,
Como a abelha ocupada juntando pólen,
Quando a iluminação silenciosa alcança o absoluto,
Carrego a tradição original de minha escola.

Esta prática é chamada iluminação silenciosa;
Penetra desde o mais profundo até o mais elevado.


Fonte:http://www.dharmanet.com.br/zen/iluminacao.htm
Mo-chao-ming por Hung-chih Cheng-chueh (1091-1157)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótima semana querida!
Sempre aprendo muito quando venho aqui.
Bjs.

LS

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