domingo, 11 de abril de 2010

Luz e sombra





Sou uma pessoa que respeita as tradições e crenças. Sei que muitas delas são o resultado de revelações de mundos superiores. Mas sei também que freqüentemente são usadas como técnicas de manipulação e controle, sendo distorcidas, modificadas, e usadas para interesses pessoais e institucionais. Em princípio, não sou contra regras e pactos, mas acredito que só devem ser assumidos livre e conscientemente e apenas servindo para o grupo que abraça esta crença, sem procurar impô-la aos outros. A título de exemplo, é hipocrisia dizer que alguém aceita livremente um casamento, tendo tido uma grande pressão e sido ameaçado com o inferno social ou religioso se não o fizer (sem generalizar). Liberdade necessariamente implica em pelo menos mais de uma opção. A mente coletiva sempre procura nos condicionar.

Outro problema freqüente são nossos julgamentos. Sentimo-nos incomodados por tudo: por como as pessoas se vestem: de como falam: do que falam: de nossos políticos: do comportamento de nossos próximos: do transito: das filas: etc. , etc. Resumindo, estamos sempre criando explicações externas para nossos estados emocionais internos. Enquanto isto acontecer, nunca nos tornaremos senhores de nossas vidas. Sempre existirão acontecimentos, pressões, perdas, dificuldades para tirarem nossa paz. Todos os fatos e pessoas são apenas gatilhos de nossos estados internos e sempre somos nós que escolhemos se entramos ou não nestas energias. A opção é nossa. Mesmo quando não podemos mudar os fatos, podemos mudar nossas expectativas através da aceitação e do perdão. Podemos mudar nossas crenças. Podemos rezar.

Podemos ainda nos lembrar, que enquanto uma pessoa me incomoda, não sou um bom conselheiro. Não somos donos da verdade, mesmo que estejamos nela. Ela pode ser uma arma, e a chave é a paz de espírito, a harmonia. Se estivermos em harmonia, poderemos eventualmente expressar a verdade, se houver receptividade: se não estivermos, estaremos sendo falsos se quisermos posar de conselheiros. Isto não significa que não poderemos expressar nossas emoções, mas, por favor neste caso, não em forma de conselho e muito menos procurando evocar uma grande autoridade, ou uma grande verdade, para convencer a pessoa que nos incomoda. Vamos deixar a falsidade de lado. Se estivermos putos, poderemos dar nome aos bois e revelarmos nosso verdadeiro estado, e não ficarmos em uma pretensa distância olímpica julgando quem nos machuca a partir de nossas crenças. Ah, finalmente, mas não menos importante, em qualquer caso podemos dar inteira liberdade para a pessoa agir ou reagir como quiser.

Betoh Simonsen

Fonte:http://www.clubedotaro.com.br

Nenhum comentário:

LS

Free Pics Free Image Hosting Fantasy Pics

CÓDIGOS PARA MEDITAÇÃO

qualidade