O momento em que ocorre a sincronicidade representa um contato com o numinoso da existência e, se pudesse defini-lo como metáfora, seria como a sensação de que acabamos de receber um telefonema do céu. Experimentamos uma sensação de estarmos conectados verdadeiramente a uma dimensão não-local que nos assiste amorosamente, cúmplice de todas as nossas questões e pensamentos, e que não nos impõe um traçado determinista, mas, pelo contrário, desvela-nos amplitude, conexão e participação nos nossos projetos. É a questão intensamente abordada na Física Quântica sobre o Universo participativo.
Minha interpretação básica sobre a sincronicidade é que ela representa, na realidade, um farol em nossas percepções internas, pois indica claramente o caminho, fazendo uma leitura positiva ou negativa do processo cognitivo da vida.
O Universo participativo sinaliza em todos os sentidos e direções, expressando claramente, através de uma sincronicidade negativa, os desvios da ordem cósmica, cuja leitura pode ser sentida no Self consciente através de uma doença, de um acidente, de perdas materiais e afetivas, desencontros, dissonâncias que, na realidade, apenas expressam o engano. Creio ser a infelicidade o maior dos enganos.
Essa é a essência da Holística. Quando um indivíduo faz o movimento real de auto-organizacão, naturalmente o Universo o acompanha de alguma forma, exprimindo essa participação em eventos sincrônicos que. como afirma Fritjof Capra, nos mostra o nosso papel na teia da vida.
Por: Míria de Amorim
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