quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os dois (imortais e sagrados) Franciscos!






Devo dizer que não tenho, ou melhor, não pertenço à religião nenhuma. Fui batizado por um padre católico e, devido à enorme insistência por parte de minha mãe (que me queria padre), fui coroinha durante muitos anos. Descobri, tempo depois, que tive sorte em passar "incólume" por esta fase de minha vida, sendo que muitos meninos, no mundo inteiro, sofreram abusos inomináveis, com a agravante de nunca poder contar com a ajuda dos familiares, hipnotizados pela figura de autoridade que, na época, estes indivíduos ricamente paramentados ostentavam. Ainda por conta disso, estou me desprogramando de muitos conceitos absorvidos desta igreja - que me foi imposta quando nada podia fazer- e que se encontra, com seu fasto, poder temporal e dogmas, anos-luz distante de um exemplo ímpar de amor ao próximo: o "outro" Francisco, o santo humilde nascido em Assis, que nada possuía além de um amassado saco de juta que servia de vestimenta e um barbante para amarrá-la na cintura.

Gente... ainda bem que tudo muda, tudo passa no nosso caminhar cada vez mais firme e consciente, percorrendo as inúmeras experiências que nos têm como protagonistas e nos fornecem as bases que moldam e lapidam as arestas de nossa personalidade, para atuar com toda nossa potencialidade e força interior, seguindo somente a orientação da consciência, cada vez mais enriquecida e expandida.

Portanto, se nossa maneira de viver, de perceber a vida for baseada no Amor Incondicional, na Unidade, na Divindade que habita nossos corações... se utilizarmos os preciosos instrumentos de que somos dotados, tais como o bom senso, a curiosidade de uma criança, a capacidade de observar, de avaliar, de sentir... se mantivermos a mente aberta, a intuição afinada, a leveza da alma, estaremos -e permaneceremos até "voltar para a casa do Pai"- pisando num nível de realidade diferenciado e de total bem-aventurança; algo que, mesmo sendo obrigados a morar numa cidade grande como São Paulo, se aproxima do Paraíso, aqui na Terra mesmo.

Na busca pelo sentido da vida, ou pela felicidade verdadeira, se quiser, o Espiritismo teve uma importância fundamental. Confesso que, talvez condicionado por décadas de desinformação e maledicências absorvidas na Itália, demorei um pouco para conhecer um Centro aqui em SP, até que o convite veio da pessoa mais que certa (e que eu não podia imaginar fosse espírita), num evento muito especial: a vinda, de Uberaba, do Chico Xavier, já reconhecido e respeitado médium, em 1982.
Sua presença, sua energia, as psicografias lidas ainda pelo próprio Chico, o contato pessoal de ajuda aos sofredores, pela clarividência amorosa, transportaram os presentes em uma outra dimensão, outra realidade.
Nada fica como antes e o despertamento que se processa é real... caem, em definitivo, falsas verdades que já estavam por um fio e um grande peso parece estar saindo de nossas costas. A respiração se aprofunda, a calma interior serenamente prevalece sobre a agitação, a pressa se esvai e tudo começa a ficar em paz e harmonia totais.

Com a porta finalmente aberta, escancarada, começa a descoberta: os clássicos da literatura espírita, os passes magnéticos, a água fluidificada, as sessões de desobsessão, as palestras de estudo e esclarecimento, os congressos, até chegar às operações espirituais, sem nunca esquecer que neste novo ciclo começamos a navegar com a certeza de que, ao final da viagem, estaremos somente mudando de dimensão, nos preparando no Astral para mais uma volta na roda das reencarnações. É claro que há muito mais, pesquisas de altíssimo nível são levadas a cabo para permitir a transcomunicação entre os planos; pesquisadores sérios empenham-se em universidades brasileiras para colocar luz sobre o funcionamento da consciência, os mecanismos da mediunidade e a importância da conexão com a Fonte para o "novo ser humano total".

Uma das belezas do Espiritismo é também a abertura de seus adeptos às mudanças que continuamente alteram o cenário do conhecimento existente, com descobertas, empíricas ou científicas, capazes de elucidar algo que, até então, era considerado misterioso ou simplesmente alucinação, fruto da imaginação.
No movimento espírita não são propagadas "verdades" obsoletas, cristalizadas, fossilizadas, pois, pela visão de Kardec, tudo evolui, incluindo as crenças e os pilares que as sustentam. E o que também é fabuloso: a Casa está sempre aberta para todos, não há envelopes esperando nas cadeiras para serem recheados com dinheiro, ninguém sugere ou insiste que a pessoa volte. O respeito pelo semelhante e seu livre-arbítrio é absoluto.
Mesmo frequentando agora bem poucas vezes, sou profundamente grato a tantos seres de Luz que, com infinita compaixão, dedicam-se a ajudar o seu semelhante, sem perguntar ou exigir nada.

É evidente que não há rosas sem espinhos; nem tudo é perfeito e maravilhoso no Espiritismo e, mesmo tentando com afinco, penso que ninguém hoje chegará a ser um Chico Xavier... infelizmente, em todo lugar da Terra ainda existem pessoas mais duras, tradicionalistas, ligadas ao passado, ou ainda ambiciosas e egoístas, buscando poder e promoção pessoal em vez da vibração de profunda compaixão que seria necessária... mas, mesmo assim, esses indivíduos chegarão lá, passarão de fase, como todo ser humano encarnado.

Brasil, terra abençoada. Sim, aqui convivem sem problemas crenças, religiões, seitas, movimentos, filosofias e grupos vários. Este é de fato um dos pontos altos deste País. Aceitam-se a cultura, os hábitos e as infinitas formas de encarar o Supremo por parte dos outros; este espaço é aberto, livre.
Depois da estréia do filme sobre Chico, descobri que existem muitas pessoas que simpatizam plenamente com estas práticas espirituais, que utilizam-se dos serviços prestados nos Centros, mas que ainda têm receio de se manifestar abertamente, de assumir de uma vez por todas sua maneira de viver a vida. Creio que esteja mais do que na hora de quebrar tabus e abandonar os lamentáveis preconceitos que seres tacanhos e mesquinhos espalharam aos quatro ventos tentando esmagar magníficos movimentos reencarnacionistas que, com sua filosofia, ação e exemplo, conquistaram em definitivo as almas mais abertas e predispostas a aceitar o novo, a verdade da vida, o que é. Estas considerações valem também para com a Umbanda e o Candomblé, cujas raízes africanas trouxeram aqui ainda mais diversidade, riqueza de movimentos, ritmos e cores em suas cerimônias, acolhendo pessoas das mais diversas matizes, mais ligadas ao sentir, aos efeitos físicos.

Deverá ser agora, já, o reconhecimento do valor destas "doutrinas" (não encontro aqui a palavra certa). O tempo está muito acelerado e anda curto, chegou a hora da manifestação, da presença, é o momento de encher o peito e seguir a senda com coragem e determinação, no rumo correto, para a frente e para cima.
Perceba o tamanho do sucesso, em todo o País, que estão tendo livros, filmes e seriados de TV, baseados em temas sobre a espiritualidade verdadeira... é nossa alma pedindo mais sobre a beleza da vida, do amor verdadeiro, da compaixão, cansada de tanta superficialidade, violência e injustiça.
Como é legal constatar que existem inúmeras almas iluminadas, inteligentes e criativas capazes de produzir arte, conteúdo profundo e beleza pura para tantos outros seres em sintonia que há tempo demais estavam esperando, pacientemente, poder apreciar e desfrutar essas obras da Luz.
Estamos vendo mais um sinal claro da atuação do Universo nos intuindo e conspirando para que a Luz se espalhe, para que a Verdade triunfe em definitivo sobre a sombra, o controle, a falta de Amor.

Este "apelo" é, na realidade, somente um convite para escutar o chamado da Alma e participar mais ativamente da Conspiração da Luz, plantando à nossa volta as sementes que, mais dia, menos dia, brotarão com força, trazendo-nos paz, alento, alegria e... celebração, não mais somente esperanças.

Sergio - STUM

Fonte:http://somostodosum.ig.com.br

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